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Informações Ambientais sobre Incineração

DIOXINAS E FURANOS

A incineração recebe críticas constantes de defensores de outras tecnologias com o argumento de que produz dioxinas, palavra muito utilizada para assustar os desavisados, levando alguns administradores governamentais e privados a decisões equivocadas ou menos eficazes na gestão de resíduos.

Existe na natureza uma grande diversidade de dioxinas, que são moléculas formadas por dois anéis benzênicos (molécula orgânica, com seis “lados”, formada de carbono e hidrogênio) ligados por dois oxigênios (vide figura). As dioxinas em questão possuem átomos de Cloro, que podem estar ligados em oito posições diferentes, conforme numeração na figura. Existem, ao todo, 75 dioxinas cloradas, sendo que cada uma possui um nível de toxidez diferente. A mais tóxica é a 2,3,7,8-TCDD, com quatro átomos de cloro ligados nas posições 2, 3, 7 e 8. A sigla TCDD significa Tetra-Cloro-Dibenzo-Dioxina: Tetra para quatro, Cloro devido às moléculas desta substância, Dibenzo devido aos dois anéis benzênicos e Dioxina devido aos dois oxigênios.

Os furanos são moléculas semelhantes às dioxinas e se diferenciam por possuírem um oxigênio a menos. Ao todo existem 135 moléculas de furanos.

Dos 210 tipos de dioxinas e furanos (PCDD/F) existentes, apenas 17 são tóxicos ou carcinogênicos. Como esta toxidez é diferente para cada tipo, desenvolveu-se um sistema de medição único. Conferiu-se à dioxina mais tóxica, a 2,3,7,8-TCDD, o valor de toxidez 1. Para as outras, foi desenvolvido um Fator de Toxidez Equivalente (FTEQ), que compara sua toxidez à 2,3,7,8-TCDD. Então, uma dioxina com FTEQ de 0,01 é 100 vezes menos tóxica do que a 2,3,7,8-TCDD. Como exemplo, 250ng de OCDD (Octa-Cloro-Dibenzo-Dioxina), que possui um FTEQ de 0,001 , são equivalentes a 0,25ng de TEQ (0,001 x 0,25).
 

O mundo foi primeiramente alertado para o perigo das dioxinas no desastre de Seveso em 1976, na Itália, onde a indústria química ICMESA liberou uma quantidade significativa de dioxina para a atmosfera, causando uma mortalidade de 4% nos animais da vizinhança, e a contaminação de cerca de 200 pessoas. Para remediar a contaminação, foram mortos mais de 70.000 animais, casas foram arrancadas e solos tratados, resultando em alto custo.


Após isso, as primeiras pesquisas sobre fontes de dioxinas e furanos indicaram a incineração de resíduos domésticos como uma das principais fontes destes compostos. Em decorrência desta informação, os governos europeus sancionaram leis limitando a emissão de dioxinas, e as empresas de incineração adaptaram seus equipamentos aos níveis permitidos de emissões. Neste período, as emissões dos incineradores de resíduos se reduziram de 313 g TEQ/ano para 5 g TEQ/ano, ficando bem abaixo da quantidade emitida por fontes domésticas como fogão a lenha e lareira.


As pesquisas continuaram, e foram descobertas muitas outras fontes de dioxina. Descobriu-se que as dioxinas e furanos se formam livremente na natureza dentro de organismos, inclusive o humano, em incêndios florestais, erupções vulcânicas e na decomposição de matéria orgânica. Mas elas também se formam como conseqüência da atividade humana, em processos como reciclagem de metais, siderurgia, produção de agrotóxicos, compostagem, automóveis, queimas caseiras (churrasqueira, lareira), tratamento de efluentes, e reciclagem de cobre de fiação.

Para formar dioxinas é necessário ter disponível matéria orgânica, oxigênio e cloro. Para catalisar a reação de formação de dioxinas ou furanos com esses elementos são necessários catalisadores, que podem ser produtos químicos, enzimas ou temperaturas de cerca de 200ºC a 400ºC. 

Através da temperatura como catalisadora, o processo de incineração pode gerar dioxinas, mas elas podem ser destruídas com temperaturas de 850ºC a 1200ºC com tempo de residência dos gases em torno de um segundo. Para evitar sua re-formação é necessário um sistema de resfriamento rápido que traga os gases de 800ºC para menos de 100ºC em menos de cinco segundos.
 

Através da temperatura como catalisadora, o processo de incineração pode gerar dioxinas, mas elas podem ser destruídas com temperaturas de 850ºC a 1200ºC com tempo de residência dos gases em torno de um segundo. Para evitar sua re-formação é necessário um sistema de resfriamento rápido que traga os gases de 800ºC para menos de 100ºC em menos de cinco segundos.

O sistema de Gaseificação e Combustão Combinadas (GCC) utilizado pela SP SOLUÇÕES AMBIENTAIS atua na prevenção da formação de dioxinas através de controle das zonas de combustão, mantendo as áreas com temperatura favorável à formação de dioxinas com falta de oxigênio. Nestes ambientes, todo o oxigênio disponível é direcionado para ligações covalentes, como do CO, não realizando pontes de oxigênio como da dioxina, por serem ligações mais fracas do que as covalentes.

O resíduo que entra no incinerador com dioxinas e furanos pode sair sem, se o sistema estiver em perfeitas condições de operação. Não foram encontrados estudos sobre formação de dioxinas e furanos em autoclaves e microondas.

Referências Bibliográficas

  • CORLISS, MICK. Dioxin: Seveso disaster testament to effects of dioxin. Artigo publicado no Japan Times em 6 de Maio de 1999. (Corliss, Mick. Dioxina: o testemunho do desastre de Seveso sobre os efeitos da dioxina)

  • Dioxine und Furane. Bayerisches Staatsministerium für Landesentwicklung und Umweltfragen, Bayern, 1993. (Dioxinas e Furanos. Ministério Estadual da Bavária para Desenvolvimento e Meio Ambiente, Bavária, 1993)

Obs: Artigo publicado na revista Saneamento Ambiental de Setembro de 2003, e no portal www.saudebusinessweb.com.br

 

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